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  Este artigo é de 30/08/2025 (Jornal Pioneiro)

Luis Fernando Veríssimo – O Gênio das crônicas

Veríssimo esteve hospitalizado desde o dia 11 de agosto, em estado grave na UTI no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, apresentando um quadro inicial de pneumonia. Em janeiro de 2021, teve um AVC. Desde então, caminhava ajudado e controlava o que queria ver no computador, sentava-se à mesa com a família e se alimentava muito bem. Não avançou na comunicação, mas via jogos, filmes e ouvia muita música, lia devagar, falava com muita dificuldade de achar as palavras. Tinha muita dificuldade de se expressar, assistia futebol, principalmente do seu time, o Internacional.
Dias mais atento e outros não. Veríssimo tinha 3 paixões – desenhar, tocar saxofone e viajar. Integrou o grupo Jazz 6, onde tocava divinamente saxofone. Mas nesses 5 anos não saía de casa. Cronista das mentes brilhantes. O contador do cotidiano que abraça as palavras como se elas fossem almas múltiplas e singulares. Ele fazia uma radiografia bem-humorada da alma do brasileiro. Representava, através da palavra, uma nova abordagem da essência do ser humano, tanto quanto seus personagens.
Nascido em 26 de setembro de 1936. Filho de Érico Veríssimo, que em dezembro completa 120 anos de nascimento, e da mãe Mafalda e da irmã Clarissa. Apesar de sua formação acadêmica envolver desde os estudos no Instituto de Porto Alegre, tendo passado pelas escolas nos Estados Unidos quando morou lá, aos 16 anos, em virtude de que seu pai Érico lecionou em uma universidade da Califórnia, também estudou música, sendo até inseparável de seu saxofone.
Casado com Lúcia Helena Massa, e teve três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro. Veríssimo não hesitava em se dizer autodidata, afirmava que nada aproveitou dos anos de escola. Foi na experiência profissional diversificada ao longo da vida que nasceram as várias facetas do seu talento.
O contato profissional com textos começou quando Veríssimo foi trabalhar na Zero Hora em 1967. Logo passando a redator, editor de variedades e editor internacional, mas foi como cronista que realmente se firmou na carreira literária e, em 1970, passou a colaborar com a Folha da Manhã. Logo vieram os primeiros livros, projetando-o a nível nacional: a estreia deu-se em 1975 com a coletânea A Grande Mulher Nua.
Escrevia para o Jornal do Brasil. Gigolô das palavras que também entendia de cartuns. (Tem um livro de charges intitulado As Cobras e Outros Bichos.) Fez parte do grupo Jazz 6, tocava no sax alto. Interpretava clássicos da Bossa Nova mesclando o estilo jazzístico ao balanço brasileiro.
Participou também na televisão, criando quadros para o programa Planeta dos Homens, na Rede Globo, e também material para a série Comédias da Vida Privada. Esteve em Caxias do Sul a meu convite 9 vezes, falando com alunos. A primeira vez foi em 29 de setembro de 1994, quando o convidei para dar seu nome à biblioteca do Colégio Leonardo da Vinci. Ficou extremamente emocionado pela homenagem. Após essa data, ele veio mais 8 vezes no Dante Alighieri e no Colégio Mutirão Objetivo.
Vinha também com a banda Jazz 6 e se apresentavam para a comunidade escolar e comunidade caxiense. Em 2018, o Colégio Mutirão Objetivo fechou suas portas, e, com o fechamento do colégio, doei o busto do Veríssimo para a Biblioteca Pública, para que o mesmo fosse um presente para a cidade de Caxias do Sul.
Veríssimo era uma pessoa muito simples, tímido, não falava muito, mas o que não falava escrevia.

Hoje 30 de Agosto faleceu Luis Fernando Veríssimo.

Domingas Colombo Giacomin
Acadêmica da Academia Caxiense de Letras-RS





  Este artigo é de 08/04/2024 (Jornal Pioneiro)


48 Anos da morte de Érico Veríssimo

Domingas Colombo Giacomin (Produtora Cultural e Vice presidente da Academia Caxiense de Letras/RS)

Hoje, 28 de novembro, faz 48 anos desde a morte de Érico Veríssimo, um dos mais populares da literatura brasileira. Nasceu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 17/12/1905. Teve dois filhos: Luís Fernando Veríssimo e Clarissa Veríssimo. Sua esposa Mafalda teve 3 netos: Pedro, Mariana e Fernanda.

     Obteve sucesso com o romance "Olhai os Lírios do Campo" que lhe deu projeção como escritor.

     Foi um escritor brasileiro da segunda fase modernista. Recebeu vários prêmios dos quais se destacam: Prêmio Machado de Assis em 1954, pela Academia Brasileira de Letras. Prêmio Jabuti em 1965 com o romance " O Senhor Embaixador". Desde cedo, já era claro seu interesse pela literatura. Chegou a ler diversos clássicos brasileiros, como: Aluísio de Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Coelho Neto, Oswald de Andrade e Mário de Andrade.

     Foi contratado como secretário de redação da revista "O Globo". Mais tarde, foi promovido como gerente do departamento editorial da livraria "O Globo ". Além disso, colaborou nos jornais "Diário de Notícias ", "Correio do Povo" e foi eleito presidente da "Associação Rio-grandense de Imprensa ".

     Diante da censura imposta pelo Estado Novo, no início da década de 40, mudou-se para os Estados Unidos. Lá, começou lecionar Literatura e História do Brasil.

     Suas principais obras: "Clarissa, 1933", "Música ao Longe, 1935", "As Aventuras do Avião Vermelho", "Um Lugar ao Sol, 1936”, "Olhai os Lírios do Campo,1938”, "Ana Terra, O Tempo e o Vento” em três volumes: Volume 1, O Continente, 1958 Volume 2, O Retrato, 1951 e Volume 3, O Arquipélago, 1961.

     Um Certo Capitão Rodrigo e tantos outros. A obra mais famosa de Érico Veríssimo é, sem dúvida, O Tempo e O Vento. Essa trilogia foi publicada  em 7 Volumes entre os anos de 1949 e 1962.

     De caráter histórico e regionalista, a narrativa tem início em 1745, finalizando em 1945 e se passa no Rio Grande do Sul entre os séculos XVIII e XX. É uma trilogia épica que remonta ao passado histórico do Rio Grande do Sul, focalizando as disputas de terras e poder pelas famílias Amaral, Terra e Cambará. Érico foi um dos principais escritores regionalistas, visto que o autor descreve a sua terra e sua gente não com exaltação, mas centrada e reflexiva, numa tentativa de compreender o momento presente e a trajetória  do povo. Em meio às guerras e às violências, há valores que o autor não deixa de ressaltar como a tenacidade, a paz, a liberdade e a coragem.

     Meus amigos, que não são gaúchos, quando leem as obras, ficam encantados por conhecer o Rio Grande do Sul.

     Com uma prosa simples e de fácil leitura, o regionalismo e a crítica sociopolítica são as principais 

 características de seus livros. Ao longo de sua carreira como escritor, escreveu contos, crônicas, romances e, até mesmo, livros ao público infantil. Sua obra é marcada pela presença do coloquialismo e por características intimistas.

     Frase de Érico Veríssimo: "A vida começa todos os dias".

     “Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar".

Esse era o Érico, seu legado sempre continuará por muitas e muitas gerações.

Este artigo é de 28/11/2023 (Jornal Pioneiro)



 110 Anos do Nascimento de Vinícius de Moraes

Domingas Colombo Giacomin (Produtora Cultural e Vice presidente da Academia Caxiense de Letras/RS)

Vinícius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Cursou a  faculdade de Direito, atuou como diplomata, escreveu peças de teatro, poesias e foi um dos criadores da Bossa Nova, movimento musical surgido no final da década de 1950. Além disso, escreveu canções em parceria com grandes artistas, como Tom Jobim e Toquinho. Acima de tudo um poeta essencialmente lírico, o que acabaria por lhe render o apelido "Poetinha". Entre os seus maiores sucessos está “Garota de Ipanema”, letrada por Vinícius e composta por Tom Jobim, em 1962. Seu grande tema foi o amor e suas múltiplas manifestações: saudade, carência desejo e paixão. O Poetinha foi um escritor da modernidade amorosa, o que expressou de forma grandiosa em seu poema mais conhecido, “Soneto da Fidelidade” de 1946,


De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


Sua parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva, rendendo músicas de grande sucesso como “Aquarela” e “A Casa”. Vinicius teve uma parceria muito significativa com Tom Jobim, que resultou  em algumas emblemáticas canções da Bossa Nova, como “Chega de Saudade", “Samba da Bênção” e “Corcovado”.  Foi um símbolo da cultura brasileira. Seus versos e sua música são uma expressão da alma e do coração do povo brasileiro e inspiram gerações até hoje. Sua obra é um legado imenso e precioso, que deve ser preservado  e valorizado para sempre. Que a poesia e a música de Vinícius sigam ecoando a mensagem do amor, da paixão e da beleza que sempre foram as marcas registradas deste grande artista. Como poucas pessoas  no mundo, Vinícius podia afirmar, com todas as letras, “sou poeta", sem complexo de culpa pela dimensão dessa palavra. Ele transmitiu a força poética que teve a mágica da Bossa Nova, unindo a poesia a esse movimento extraordinário Vinícius refletiu como ninguém a essência mais pura da Bossa Nova: amor pela vida, busca pelo o que há de melhor nas pessoas e sensibilidade autêntica. Ele era assim: cálido, humano, reflexivo, tendo a música e a poesia na alma. Brasileiro, latino americano, universal! Poeta de todos! Isso era Vinícius e, como ele, não haverá outro igual. Por tudo isso, por tudo o que ele representou e representa, que eu decidi que se um dia eu tivesse um filho, e tive, o nome dele seria Vinícius em homenagem a esse poeta que eu amo tanto.

  Este artigo é de 20/10/2023 (Jornal Pioneiro)




                                      Este artigo é de 17/6/2023 (Jornal Pioneiro)

   Este artigo é de 22/4/2023 (Jornal Pioneiro)

                                  Esta reportagem é de 13/2/2023 (Jornal Pioneiro)

Esta reportagem é de 4/4/2022 (Jornal Pioneiro)

Este texto saiu  dia 20/4/2022 (Jornal Pioneiro)

Esta reportagem é de 3/6/2022 (Jornal Pioneiro)

Este artigo é de 1/6/2022 (Jornal Pioneiro)

Este convite é de 30/5/2022 (Jornal Pioneiro)

Este convite é de 23/5/2022 (Jornal Pioneiro)

Este artigo é de 1/6/2022 (Jornal Pioneiro)






















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