Este artigo é de 08/04/2024 (Jornal Pioneiro)
48 Anos da morte de Érico
Veríssimo
Domingas Colombo Giacomin
(Produtora Cultural e Vice presidente da Academia Caxiense de Letras/RS)
Hoje, 28 de novembro, faz 48
anos desde a morte de Érico Veríssimo, um dos mais populares da literatura
brasileira. Nasceu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 17/12/1905. Teve dois
filhos: Luís Fernando Veríssimo e Clarissa Veríssimo. Sua esposa Mafalda teve 3
netos: Pedro, Mariana e Fernanda.
Obteve sucesso com o romance "Olhai
os Lírios do Campo" que lhe deu projeção como escritor.
Foi um escritor brasileiro da segunda fase
modernista. Recebeu vários prêmios dos quais se destacam: Prêmio Machado de
Assis em 1954, pela Academia Brasileira de Letras. Prêmio Jabuti em 1965 com o
romance " O Senhor Embaixador". Desde cedo, já era claro seu
interesse pela literatura. Chegou a ler diversos clássicos brasileiros, como:
Aluísio de Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Euclides da Cunha, Monteiro
Lobato, Coelho Neto, Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Foi contratado como secretário de redação
da revista "O Globo". Mais tarde, foi promovido como gerente do
departamento editorial da livraria "O Globo ". Além disso, colaborou
nos jornais "Diário de Notícias ", "Correio do Povo" e foi
eleito presidente da "Associação Rio-grandense de Imprensa ".
Diante da censura imposta pelo Estado
Novo, no início da década de 40, mudou-se para os Estados Unidos. Lá, começou
lecionar Literatura e História do Brasil.
Suas principais obras: "Clarissa,
1933", "Música ao Longe, 1935", "As Aventuras do Avião
Vermelho", "Um Lugar ao Sol, 1936”, "Olhai os Lírios do
Campo,1938”, "Ana Terra, O Tempo e o Vento” em três volumes: Volume 1, O
Continente, 1958 Volume 2, O Retrato, 1951 e Volume 3, O Arquipélago, 1961.
Um Certo Capitão Rodrigo e tantos outros.
A obra mais famosa de Érico Veríssimo é, sem dúvida, O Tempo e O Vento. Essa
trilogia foi publicada em 7 Volumes
entre os anos de 1949 e 1962.
De caráter histórico e regionalista, a
narrativa tem início em 1745, finalizando em 1945 e se passa no Rio Grande do
Sul entre os séculos XVIII e XX. É uma trilogia épica que remonta ao passado
histórico do Rio Grande do Sul, focalizando as disputas de terras e poder pelas
famílias Amaral, Terra e Cambará. Érico foi um dos principais escritores
regionalistas, visto que o autor descreve a sua terra e sua gente não com
exaltação, mas centrada e reflexiva, numa tentativa de compreender o momento
presente e a trajetória do povo. Em meio
às guerras e às violências, há valores que o autor não deixa de ressaltar como
a tenacidade, a paz, a liberdade e a coragem.
Meus amigos, que não são gaúchos, quando
leem as obras, ficam encantados por conhecer o Rio Grande do Sul.
Com uma prosa simples e de fácil leitura,
o regionalismo e a crítica sociopolítica são as principais
características de seus livros. Ao longo de
sua carreira como escritor, escreveu contos, crônicas, romances e, até mesmo,
livros ao público infantil. Sua obra é marcada pela presença do coloquialismo e
por características intimistas.
Frase de Érico Veríssimo: "A vida
começa todos os dias".
“Na minha opinião existem dois tipos de
viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar".
Esse era o Érico, seu legado
sempre continuará por muitas e muitas gerações.
Este artigo é de 28/11/2023
(Jornal Pioneiro)
110 Anos do Nascimento de Vinícius de Moraes
Domingas Colombo Giacomin (Produtora Cultural e Vice presidente da Academia Caxiense de Letras/RS)
Vinícius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Cursou a faculdade de Direito, atuou como diplomata, escreveu peças de teatro, poesias e foi um dos criadores da Bossa Nova, movimento musical surgido no final da década de 1950. Além disso, escreveu canções em parceria com grandes artistas, como Tom Jobim e Toquinho. Acima de tudo um poeta essencialmente lírico, o que acabaria por lhe render o apelido "Poetinha". Entre os seus maiores sucessos está “Garota de Ipanema”, letrada por Vinícius e composta por Tom Jobim, em 1962. Seu grande tema foi o amor e suas múltiplas manifestações: saudade, carência desejo e paixão. O Poetinha foi um escritor da modernidade amorosa, o que expressou de forma grandiosa em seu poema mais conhecido, “Soneto da Fidelidade” de 1946,
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Sua parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva, rendendo músicas de grande sucesso como “Aquarela” e “A Casa”. Vinicius teve uma parceria muito significativa com Tom Jobim, que resultou em algumas emblemáticas canções da Bossa Nova, como “Chega de Saudade", “Samba da Bênção” e “Corcovado”. Foi um símbolo da cultura brasileira. Seus versos e sua música são uma expressão da alma e do coração do povo brasileiro e inspiram gerações até hoje. Sua obra é um legado imenso e precioso, que deve ser preservado e valorizado para sempre. Que a poesia e a música de Vinícius sigam ecoando a mensagem do amor, da paixão e da beleza que sempre foram as marcas registradas deste grande artista. Como poucas pessoas no mundo, Vinícius podia afirmar, com todas as letras, “sou poeta", sem complexo de culpa pela dimensão dessa palavra. Ele transmitiu a força poética que teve a mágica da Bossa Nova, unindo a poesia a esse movimento extraordinário Vinícius refletiu como ninguém a essência mais pura da Bossa Nova: amor pela vida, busca pelo o que há de melhor nas pessoas e sensibilidade autêntica. Ele era assim: cálido, humano, reflexivo, tendo a música e a poesia na alma. Brasileiro, latino americano, universal! Poeta de todos! Isso era Vinícius e, como ele, não haverá outro igual. Por tudo isso, por tudo o que ele representou e representa, que eu decidi que se um dia eu tivesse um filho, e tive, o nome dele seria Vinícius em homenagem a esse poeta que eu amo tanto.
Este artigo é de 20/10/2023 (Jornal Pioneiro)
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